quinta-feira, 8 de março de 2018

''Dia da Mulher" - Uma reflexão por Carolina Lo Iacono


Ao abrir uma revista, navegar pela internet ou olhar os programas televisionados atualmente, nos deparamos com demonstrações de um egoísmo crescente, da busca pelo próprio espaço, do discurso do empoderamento da mulher e feminismo militante. A suposta liberdade apregoada visa impulsionar essa geração a seguir os próprios desejos e vontades acima de qualquer coisa, querendo dar sentido a tudo que fazemos, numa busca incessante por satisfação pessoal e felicidade. Como mulheres cristãs, convém refletir sobre estas questões à luz das Escrituras.
Quando cremos em um Deus criador de todas as coisas, ao invés do mero surgimento do universo ao acaso, também cremos que suas obras têm propósito, finalidade segundo a sua vontade. Isso se aplica à nossa vida como mulheres também. Somos criaturas d’Ele, como características e singularidades intencionais. Se em nossa sociedade o ser humano tem valor com as suas posses, fama, beleza ou pela posição social que ocupa, diante de Deus temos valor na medida em que fomos criados à sua imagem e semelhança para um fim específico. Diminuir a mulher diante do homem, ou enxergar nas suas características e atribuições uma função de menor prestígio é não compreender como Deus pensou como motivo da criação do ser humano.
Ao criar Eva, Deus não estava buscando satisfazer os caprichos de alguém, mas visava completude. Na versão da Nova Tradução da Linguagem de Hoje, lemos em Gênesis 1.18: “Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade”. Ela era para Adão alguém capaz de completá-lo, de auxiliá-lo, encorajá-lo, inspirá-lo. Alguém da mesma constituição que ele, parecida com Deus como ele, com igual valor em tudo (Gênesis 1.27). Assim homem e mulher são parceiros na tarefa de obedecer a Deus e cuidar da Terra. A palavra usada para designar a mulher em Gênesis é a mesma usada para caracterizar o próprio Deus em outros trechos bíblicos como “ajudador” de Israel (Êxodo 18.4; Deuteronômio 33.7). Não existe a conotação de inferioridade; pelo contrário, se trata de função mais do que digna e essencial, pois não era bom que o homem ficasse só.
Foi a queda, o pecado, que trouxe inimizade para com Deus, afetando o relacionamento do homem e da mulher com o Criador, e também entre si. Como resultado da queda, nossa resposta ao plano divino fica distorcida, relacionamentos destinados à união ficam afetados por tirania, egoísmo, rebelião. Em lugar de harmonia e unidade, encontramos atrito e divisão. Dessa forma, nossa esperança reside em Cristo. Sem ele estávamos mortos, destinados a andar movidos pelo curso deste mundo, segundo as inclinações da nossa carne. Mas Deus, rico em misericórdia, nos dá vida juntamente com Cristo, e graciosamente nos chama de volta para o seu projeto original: “pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”. (Efésios 2.10)
Restauradas pela graça da cruz de Cristo, nos voltamos a Deus e seu propósito. Como mulheres cristãs, buscamos seguir o exemplo de Cristo e o plano divino para as nossas vidas. Ao nos voltarmos para Deus encontramos a verdadeira liberdade, e a satisfação toma conta do nosso ser. Através de nossas atitudes buscamos não mais saciar primeiramente os próprios desejos, mas demonstrar gratidão por aquele que tanto nos amou e fazer a sua vontade. Lugar de mulher não é “onde ela quiser’’, mas onde Deus quer”. Deus pensou que nos completássemos, na família, na sociedade, na igreja. Que possamos seguir o exemplo de tantas mulheres tementes a Deus e ser como aquelas a quem o apóstolo Paulo se referia como suas cooperadoras, irmãs e companheiras no “serviço de Cristo”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagem em destaque

O que é a Bíblia? Qual é a importância da Bíblia? Como é organizada a Bíblia?

O que é a Bíblia? A Bíblia é a Palavra de Deus (também chamada de Escritura). Vamos ver abaixo as considerações que a própria Bíblia faz ...