Ao
abrir uma revista, navegar pela internet ou olhar os programas televisionados
atualmente, nos deparamos com demonstrações de um egoísmo crescente, da busca pelo
próprio espaço, do discurso do empoderamento da mulher e feminismo militante. A
suposta liberdade apregoada visa impulsionar essa geração a seguir os próprios
desejos e vontades acima de qualquer coisa, querendo dar sentido a tudo que fazemos,
numa busca incessante por satisfação pessoal e felicidade. Como mulheres cristãs,
convém refletir sobre estas questões à luz das Escrituras.
Quando
cremos em um Deus criador de todas as coisas, ao invés do mero surgimento do
universo ao acaso, também cremos que suas obras têm propósito, finalidade segundo
a sua vontade. Isso se aplica à nossa vida como mulheres também. Somos
criaturas d’Ele, como características e singularidades intencionais. Se em
nossa sociedade o ser humano tem valor com as suas posses, fama, beleza ou pela
posição social que ocupa, diante de Deus temos valor na medida em que fomos
criados à sua imagem e semelhança para um fim específico. Diminuir a mulher
diante do homem, ou enxergar nas suas características e atribuições uma função
de menor prestígio é não compreender como Deus pensou como motivo da criação do
ser humano.
Ao
criar Eva, Deus não estava buscando satisfazer os caprichos de alguém, mas
visava completude. Na versão da Nova Tradução da Linguagem de Hoje, lemos em
Gênesis 1.18: “Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém
que o ajude como se fosse a sua outra metade”. Ela era para Adão alguém capaz
de completá-lo, de auxiliá-lo, encorajá-lo, inspirá-lo. Alguém da mesma
constituição que ele, parecida com Deus como ele, com igual valor em tudo
(Gênesis 1.27). Assim homem e mulher são parceiros na tarefa de obedecer a Deus
e cuidar da Terra. A palavra usada para designar a mulher em Gênesis é a mesma
usada para caracterizar o próprio Deus em outros trechos bíblicos como “ajudador”
de Israel (Êxodo 18.4; Deuteronômio 33.7). Não existe a conotação de
inferioridade; pelo contrário, se trata de função mais do que digna e essencial,
pois não era bom que o homem ficasse só.
Foi
a queda, o pecado, que trouxe inimizade para com Deus, afetando o
relacionamento do homem e da mulher com o Criador, e também entre si. Como resultado
da queda, nossa resposta ao plano divino fica distorcida, relacionamentos destinados
à união ficam afetados por tirania, egoísmo, rebelião. Em lugar de harmonia e
unidade, encontramos atrito e divisão. Dessa forma, nossa esperança reside em Cristo.
Sem ele estávamos mortos, destinados a andar movidos pelo curso deste mundo,
segundo as inclinações da nossa carne. Mas Deus, rico em misericórdia, nos dá
vida juntamente com Cristo, e graciosamente nos chama de volta para o seu
projeto original: “pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para as
boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas”.
(Efésios 2.10)
Restauradas
pela graça da cruz de Cristo, nos voltamos a Deus e seu propósito. Como
mulheres cristãs, buscamos seguir o exemplo de Cristo e o plano divino para as
nossas vidas. Ao nos voltarmos para Deus encontramos a verdadeira liberdade, e
a satisfação toma conta do nosso ser. Através de nossas atitudes buscamos não mais
saciar primeiramente os próprios desejos, mas demonstrar gratidão por aquele
que tanto nos amou e fazer a sua vontade. Lugar de mulher não é “onde ela
quiser’’, mas onde Deus quer”. Deus pensou que nos completássemos, na família,
na sociedade, na igreja. Que possamos seguir o exemplo de tantas mulheres
tementes a Deus e ser como aquelas a quem o apóstolo Paulo se referia como suas
cooperadoras, irmãs e companheiras no “serviço de Cristo”.
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